Berlusconi teria pago 5 milhões de euros por silêncio de dançarina
Redação SRZD | Internacional | 18/01/2011 10h36
Peça principal da investigação que envolve o primeiro ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, a dançarina originária do Marrocos Karima el-Mahroug confessou a uma amiga que pediu 5 milhões de euros ao premier por seu silêncio. A polícia teria obtido uma conversa de Ruby, como é conhecida, com uma amiga por meio de uma escuta policial. No entanto, a jovem não confirmou se Berlusconi pagou o preço exigido.Essas informações fazem parte das acusações do Ministério Público de Milão, que chegaram nesta segunda-feira ao Parlamento e que atribuem ao primeiro-ministro crimes de prostituição de menor e abuso de poder. Investigadores esperam que a comissão parlamentar permita a entrada deles no escritório de Berlusconi em Milão para a busca de novas provas. O MP quer descobrir se o ministro realmente pagou para manter relações com a então menor de idade e se cometeu abuso de poder para ocultar o encontro.
A jovem disse, em um dos telefonemas filtrados, que visitou cerca de oito vezes a casa de Berlusconi entre fevereiro e maio de 2010, época em que ainda era menor de idade. "Ele (Berlusconi) me ligou dizendo 'Ruby, te dou todo o dinheiro que quiser, mas o importante é que esconda tudo, não diga nada a ninguém. Eu vou à casa dele desde que tenho 16 anos, mas sempre neguei para preservá-lo", contou Ruby.
Documentos ainda apontam que um número ''significativo'' de jovens mulheres teriam se prostituído para o primeiro-ministro da Itália. Em troca de sexo, muitas delas teriam usado gratuitamente apartamentos em um condomínio próximo a Milão, de acordo com os promotores. Além disso, a funcionária do governo regional da Lombardia, Nicole Minetti, estaria sob investigação acusada de recrutar jovens prostitutas que se relacionavam com Berlusconi.
O premier, de 74 anos, nega qualquer crime e se diz vítima de uma perseguição política dos magistrados. Berlusconi já declarou viver uma relação estável com uma mulher desde que se separou de sua segunda esposa, e portanto não teria necessidade de pagar para fazer sexo. De acordo com o documento que lista nomes de oito mulheres que tiveram apartamentos revistados pela polícia, a investigação já alcançou grandes evidências.
A prostituição não é crime da Itália, mas explorar ou facilitar a prostituição de menores é proibido.
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