sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Casal gay se beija durante transmissão ao vivo na Espanha (Postado por Erick Oliveira)

Um casal gay invadiu uma transmissão ao vivo da emissora Al Jazeera, com sede no Qatar, e protagonizou um beijo durante o anúncio da vitória do candidato conservador Mariano Rajoy, do Partido Popular, nas eleições espanholas, no último domingo.

Falando ao vivo de Madri, o correspondente da emissora, Andrew Simmons, parece não perceber a cena. O casal se beija durante alguns segundos e, em seguida, o câmera aproxima o zoom do repórter, quando os jovens já saíam de cena Derrotado nas eleições do último domingo, o Partido Socialista (PSOE), do primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero, aprovou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2004.

Já Rajoy, que venceu as eleições prometendo combater a grave crise econômica que assola o país, já disse ser contra a união gay e o aborto e anunciou que promoverá, durante seu mandato, o "resgate de valores tradicionais".

domingo, 20 de novembro de 2011


Espanha: a crise derruba o quinto governo na Europa

  AP e ReutersEnvoltos numa crise que deprime a economia e suprime empregos, os eleitores da Espanha manifestaram sua fúria nas urnas.
Deram uma coça histórica no PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que dava as cartas há dois mandatos.
Foi alçado ao poder o direitista PP (Partido Popular), que passa a controlar 186 das 350 cadeiras do Parlamento espanhol.
Em tese, Alfredo Pérez Rubalcaba, o candidato a premiê apresentado pelo PSOE, perdeu para Mariano Rajoy, o antagonista do PP.
Na verdade, Rubalcaba foi derrotado pela crise, não por Rajoy. O enrosco econômico produziu na Espanha a quinta derrocada de um governo na zona do euro.
Antes, o poder já havia trocado de mãos, pelo voto, em Portugal e na Irlanda. E, por renúncia dos primeiros-ministros, na Grécia e na Itália.
Em teoria, Rubalcaba, o novo premiê espanhol, ganhou dos eleitores a prerrogativa de governar a Espanha. Em realidade, tornou-se gestor de uma economia em ruínas.
"O que vem por diante é muito difícil, porque essa gente [os socialistas] nos deixou duros", avisou o gerente de crise Rubalcaba.
Em sua primeira mensagem aos eleitores, ele advertiu que não devem esperar por milagre. "Tirar a Espanha da crise não vai sair grátis", disse.
No cenário onírico que costuma rodear as urnas, os espanhóis puniram os socialistas do PSOE por terem passado benefícios sociais na lâmina a pretexto de deter a crise. 
No mundo real do cotidiano admistrativo, os eleitores entregaram o baralho a uma legenda conservadora que deve aprofundar os sacrifícios sociais.
O primeiro desafio de Rubalcaba, que assume no mês que vem, sera o de convencer os mercados de que a Espanha é um país solvente.
Hoje, a percepção geral é a de que, sem ajuda da União Européia e do FMI, a Espanha é um empreendimento condenado à breca.

Escrito por Josias de Souza às 22h08

Governo socialista reconhece vitória do Partido Popular na Espanha (Postado por Erick Oliveira)

Hoje no governo, o Partido Socialista Trabalhador Espanhol (PSOE), do candidato Alfredo Pérez Rubalcaba, conseguiu a preferência de cerca de 30% dos eleitores que foram às urnas, e deve ter entre 115 e 119 deputados no próximo parlamento, segundo a mesma pesquisa.
Partidos menores ficam com as cadeiras restantes. Ainda segundo a TNS Demoscopia, a coalizão Esquerda Unida (IU) alcança entre nove e 11 deputados. Já o grupo independentista basco Amaiur elege entre seis e sete deputados, o que garantiria sua entrada para o Parlamento espanhol com grupo próprio.
A pesquisa da TVE calcula entre 13 e 15 deputados aos nacionalistas catalães da Convergência e União (CiU), entre quatro e cinco aos nacionalistas bascos do PNV e entre três e quatros para a União Progresso e Democracia (UPyD), de centro.
Pouca presença nas urnas
Um total de 35.779.208 cidadãos estavam habilitados para participar do pleito, mas o comparecimento às urnas foi menor do que o das eleições de 2008.
Os 350 deputados e 208 senadores da décima legislatura comandarão o país durante os próximos quatro anos.
Apuração
A apuração dos votos começou às 20h (17h em Brasília) e o resultado está previsto para sair ainda neste domingo (20).
A eleição é feita com cédulas de papel com os nomes dos candidatos, assim como as eleições brasileiras de anos atrás. Depois de escolher o premiê, senadores e deputados, os eleitores colocam a cédula dentro de um envelope para, então, depositá-lo nas urnas.
No entanto, a contagem dos votos este ano promete ser mais rápida que as anteriores com a ajuda de palmtops – pequenos computadores portáteis – em todos os municípios com mais de 2 mil eleitores (86% do total).
Os presidentes das mesas usarão os aparelhos eletrônicos para enviar a contagem de cada colégio eleitoral. Isso aumenta a rapidez da apuração, já que não será necessário esperar que o representante leve os votos pessoalmente à central de cada região.
Cenário
Com a crise econômica, as imagens do atual presidente do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, e de seu partido, PSOE, se viram fragilizadas. As eleições, que deveriam acontecer em março de 2012, foram adiantadas para este domingo por Zapatero.
No governo desde 2004, Zapatero é acusado de falta de iniciativa para combater as consequências do problema. Principalmente o desemprego, que afeta hoje 20% da população economicamente ativa, ou seja, quase 5 milhões de espanhóis, superando a média europeia, que está em 9%.
No único debate entre os líderes dos principais partidos, os dois candidatos concordaram que a Espanha deve lutar contra o terrorismo do ETA (grupo terrorista do País Basco) e também em que o país pode sair da crise, mas de modos diferentes.
Mariano Rajoy afirma que não congelará as aposentadorias. Rubalcaba afirma que o adversário planeja abandonar a educação e saúde, forçando assim sua privatização. Ele diz que incentivará as pequenas e médias empresas que fizerem contratações com auxílio de dinheiro público e pedirá à União Europeia que estenda o prazo em dois anos para o pagamento da dívida espanhola.
O PSOE perde votos dos eleitores descrentes do partido depois do estouro da crise. Já o PP, apesar de perder votos por ser conservador e ser firmemente contra o casamento gay e o aborto, ganha votos dos eleitores que querem mudanças na Espanha, que é governada desde 2004 pelo Partido Socialista (PSOE).
Coadjuvante nessas eleições, o movimento 15-M, dos indignados espanhóis, mostrou em diversas passeatas e atos de protesto que não acredita que nenhum dos dois principais partidos os representa. Os indignados reuniram propostas de governo da população de todo o país que incluem a criação de um novo partido político para se candidatar às eleições.
Histórico políticoAdolfo Suárez foi o primeiro presidente eleito de forma democrática na Espanha após a era Franco (1936-1975). Governou desde o ano de 1977, pelo partido União de Centro Democrático (UCD) de tendência direitista, até 1980, quando Leopoldo Calvo-Sotelo subiu ao poder depois de um golpe de estado que foi desmantelado em 1982.
O PSOE esteve à frente da Espanha desde o fim do golpe até 1995, com Felipe Gonzalez. Em 1996 José María Aznar (PP) ganhou as eleições para presidente, mas sem maioria na câmara dos deputados, precisou fazer alianças com partidos menores para governar.
Em 2004, depois de duros golpes ao partido conservador provocados pela má gestão do caso do ato terrorista que matou 192 pessoas e deixou outras 1847 feridas nos trens de Madri no dia 11 de março, José Luis Rodríguez Zapatero (PSOE) ganhou as eleições e se tornou presidente da Espanha, cargo que ocupa atualmente.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sem carisma, Mariano Rajoy usa perseverança como arma política (Postado por Erick Oliveira)

O conservador Mariano Rajoy, provável futuro presidente do governo espanhol após duas derrotas para o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, fez da perseverança uma arma política, mostrando uma imagem tranquilizadora em meio à crise.
"Sou Mariano Rajoy, espanhol e galego, nascido em Santiago (de Compostela) há 56 anos", assim começa a autobiografia, publicada antes das eleições, deste filho e neto de juristas, educado na tradição católica e que cultiva uma imagem sóbria, inclusive tediosa.
Pouco conhecido no exterior - fala francês, mas admite ter aulas de inglês -, criticado por sua indecisão, este homem de cabelo castanho e de barba branca, conseguiu, no entanto, reagrupar ao redor de si o Partido Popular (PP) e apagar as lembranças de suas duas duras derrotas nas eleições de 2004 e 2008.
"Rajoy é a vitória da perseverança", acredita Antón Losada, professor de Ciências Políticas na Universidade de Santiago de Compostela.
Histórico
Após estudar em uma escola jesuíta e na faculdade de Direito, entrou "timidamente" na política aderindo à Aliança Popular (AP), partido de direita fundado pelo ex-ministro franquista Manuel Fraga Iribarne, que se converterá posteriormente no PP.
Discreto, mas temerário, foi eleito deputado regional com 26 anos, antes de continuar subindo até se tornar o homem de confiança de José María Aznar, presidente do governo de 1996 a 2004, que o nomeou como sucessor no partido.
Várias vezes ministro, porta-voz do governo e vice-presidente, Rajoy forja uma imagem de mediador fora de série, além de ser o homem que enfrenta as críticas pela desastrosa gestão da maré negra do petroleiro "Prestige" em 2002 e pela entrada da Espanha na guerra do Iraque, em 2003.
Apagando pouco a pouco sua imagem de conservador puro e duro, se apresenta como um líder "previsível, patriota, independente, moderado", em contraste com a suposta inconsistência e frivolidade de Zapatero. "De meu pai herdei um sentido muito marcado pelo respeito às regras, o senso de justiça e o esforço", destacou em seu livro intitulado "En confianza".
Nascido no dia 27 de março de 1955, grande amante dos esportes, torcedor do Real Madrid e apreciador de ciclismo, se apresenta como um bom pai de família, capaz de tranquilizar seus eleitores e de assumir as rédeas enquanto "o milagre espanhol" não se sustenta. "Seu principal ponto forte é a crise e o desemprego. Sua grande fraqueza, que era ser um homem chato, previsível, acabou se convertendo em sua grande força", comenta Losada.
Apresentando-se como um homem de Estado, chegou a acordos com os socialistas sobre a redução do déficit e comemorou o anúncio do ETA de sua renúncia à violência. Após protestar contra a liberalização do aborto e o casamento homossexual, se mantém ambíguo sobre suas intenções.
"É uma divisão de trabalho. Rajoy se mantém neutro e os líderes do PP distribuem as posições para responder a um eleitorado muito heterogêneo. É uma estratégia, mas o problema é que, ao final, dá a imagem de alguém que não sabe se comprometer e isso pode se voltar contra ele", explica o jornalista José Maria Ridao.
"Eu tomo as decisões quando acredito que é preciso tomá-las", disse Rajoy em uma entrevista que concedeu junto com sua esposa "Viri", Elvira Fernández. A entrevista, acompanhada de fotos de seus dois filhos, apresentava a imagem de um marido e pai atento, com um grande senso do humor.
Mas, assim como seu rival socialista Alfredo Pérez Rubalcaba, sua paixão pelo esporte não o impede de reconhecer a apreciação pelos cigarros "a um preço estratosférico".

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

BBC 17/11/2011 07h54 - Atualizado em 17/11/2011 11h54 Espanha investiga empresa sobre uso de chips para controlar funcionários (Postado por Erick Oliveira)

O Ministério do Trabalho da Espanha está investigando acusações de que uma empresa estaria usando microchips instalados nos celulares de seus funcionários para saber quanto tempo eles ficam parados durante o serviço.

Segundo a denúncia, apresentada por empregados da companhia de elevadores Schindler-Catalunha e pelo sindicato regional, o chip emite um sinal que dispara um alarme em uma central quando detecta falta de movimento do trabalhador por um período de dez minutos.

O microchip, batizado de “acelerômetro”, é acoplado no celular e funciona com um sensor. O telefone deve estar em um bolso, cinto ou em qualquer parte junto ao corpo para identificar os movimentos.

Além de fazer soar um alarme após dez minutos de paralisação, o sistema também informa, graças a um GPS, onde o trabalhador se encontra em tempo real durante as horas de atividade.
O sistema de microchips começou a funcionar em abril passado, mas a queixa foi apresentada oficialmente há algumas semanas pela União Sindical Operária da Catalunha (USOC) e pelo comitê sindical da filial da Schindler ao Ministério do Trabalho e à Secretaria de Trabalho do governo regional. A secretaria deu razão aos funcionários e ordenou a retirada dos chips, por considerá-los uma forma de controle.

'Segurança'
A Schindler não emitiu nota à imprensa. A assessoria de comunicação da filial espanhola informou à BBC Brasil que recorreu da ordem da Secretaria de Trabalho do Governo da Catalunha, afirmando que o sistema “é um mecanismo de proteção e não de controle aos trabalhadores”.

“O acelerômetro é um mecanismo de segurança. Se um operário de manutenção sofre um desmaio, perda de consciência ou qualquer problema, o alarme atua como grande ajuda para os técnicos”, disse o diretor de Relações Trabalhistas da Schindler-Catalunha, Juan Carlos Fernández, à imprensa espanhola.

Mas os funcionários e a USOC não aceitam essa explicação. Em nota à imprensa, o advogado da União Sindical, Luis Méndez, disse que o objetivo da companhia é “controlar os trabalhadores através de um dos piores métodos já vistos, como se estivéssemos em séculos passados”.

Segundo o comunicado, a maioria dos trabalhadores que assinaram a denúncia é responsável por inspeções de elevadores e peças nos escritórios e residências dos clientes. Por isso, eles seriam os mais controlados para trabalhar sob pressão e com velocidade. Isso justificaria também a inclusão do GPS que indica onde está o funcionário em cada instante, na opinião do advogado.

“O dispositivo não é um mecanismo de segurança ou de proteção individual porque não está inserido num plano de avaliação de riscos e resgates de acidentes de trabalho. É um claro exemplo de método de controle e pressão sob os trabalhadores”, diz a nota.

A União Sindical afirmou ainda que o Ministério de Trabalho já emitiu uma nota de infração à empresa, pedindo a retirada dos microchips dos celulares. O ministério confirmou à BBC Brasil a denúncia e a inspeção, mas respondeu que só haverá pronunciamento oficial quando houver resolução do caso.