domingo, 20 de novembro de 2011


Espanha: a crise derruba o quinto governo na Europa

  AP e ReutersEnvoltos numa crise que deprime a economia e suprime empregos, os eleitores da Espanha manifestaram sua fúria nas urnas.
Deram uma coça histórica no PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que dava as cartas há dois mandatos.
Foi alçado ao poder o direitista PP (Partido Popular), que passa a controlar 186 das 350 cadeiras do Parlamento espanhol.
Em tese, Alfredo Pérez Rubalcaba, o candidato a premiê apresentado pelo PSOE, perdeu para Mariano Rajoy, o antagonista do PP.
Na verdade, Rubalcaba foi derrotado pela crise, não por Rajoy. O enrosco econômico produziu na Espanha a quinta derrocada de um governo na zona do euro.
Antes, o poder já havia trocado de mãos, pelo voto, em Portugal e na Irlanda. E, por renúncia dos primeiros-ministros, na Grécia e na Itália.
Em teoria, Rubalcaba, o novo premiê espanhol, ganhou dos eleitores a prerrogativa de governar a Espanha. Em realidade, tornou-se gestor de uma economia em ruínas.
"O que vem por diante é muito difícil, porque essa gente [os socialistas] nos deixou duros", avisou o gerente de crise Rubalcaba.
Em sua primeira mensagem aos eleitores, ele advertiu que não devem esperar por milagre. "Tirar a Espanha da crise não vai sair grátis", disse.
No cenário onírico que costuma rodear as urnas, os espanhóis puniram os socialistas do PSOE por terem passado benefícios sociais na lâmina a pretexto de deter a crise. 
No mundo real do cotidiano admistrativo, os eleitores entregaram o baralho a uma legenda conservadora que deve aprofundar os sacrifícios sociais.
O primeiro desafio de Rubalcaba, que assume no mês que vem, sera o de convencer os mercados de que a Espanha é um país solvente.
Hoje, a percepção geral é a de que, sem ajuda da União Européia e do FMI, a Espanha é um empreendimento condenado à breca.

Escrito por Josias de Souza às 22h08

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