Governo espanhol exige explicações aos Estados Unidos perante dados de registos secretos de milhões de telefonemas em apenas um mês
A bomba da espionagem ilegal norte-americana rebentou ontem em Espanha, com alegações de que, num mês, a Agência de Segurança Nacional (NSA) espiou mais de 60 milhões de chamadas em território espanhol.
Uma semana depois de o governo alemão ter obtido provas de que o telemóvel de Angela Merkel foi espiado pelo aliado americano, o executivo de Mariano Rajoy exigiu ontem que os Estados Unidos forneçam detalhes da espionagem a cidadãos espanhóis, com o ministro dos Assuntos Europeus, Inigo Méndez de Vigo, a convocar o embaixador dos EUA em Madrid para exigir esclarecimentos. Questionado por Vigo sobre as práticas "inapropriadas e inaceitáveis", o representante diplomático dos EUA prometeu esclarecer quaisquer "dúvidas" quanto à alegada espionagem.
Espanha junta-se assim ao Brasil, à Alemanha, a França e a Itália, países cujos líderes já exigiram explicações públicas sobre as revelações do ex-consultor da NSA Edward Snowden.
Ontem, representantes da Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu falaram com membros do Congresso dos EUA sobre a espionagem a cidadãos e líderes europeus.
"Queríamos transmitir-lhes, em primeiro lugar, que a vigilância em massa de cidadãos da União Europeia é uma preocupação genuína", disse à BBC Claude Moraes, eurodeputado britânico que integrou a delegação. "Penso que nos ouviram e que querem dialogar." Ainda assim, Moraes diz que ele e os seus colegas não ficaram satisfeitos com as "respostas-tipo" que lhes foram dadas. "Estavam a responder-nos, mas não a dar--nos as respostas que queríamos. Estamos a ficar cansados desta conversa de que 'a espionagem sempre existiu'", acrescentou.
De acordo com fontes do governo alemão, Merkel também já enviou agentes das secretas para Washington a fim de obterem explicações sobre o facto de os seus telefones terem sido espiados durante uma década pelas agências de segurança norte- -americanas. Isto depois de os media alemães terem garantido que a vigilância aos telemóveis da chanceler só parou há meses.
A última alegação com base em documentos obtidos e divulgados por Snowden - neste momento a viver na Rússia, onde lhe foi concedido asilo por um ano depois de ter sido formalmente acusado de espionagem e traição à pátria no seu país - foi feita ontem pelo "El Mundo".
Segundo o diário espanhol, a NSA rastreou dezenas de milhões de chamadas, SMS e emails de cidadãos espanhóis entre Dezembro de 2012 e Janeiro de 2013. A monitorização, segundo dados fornecidos ao jornal, teve o seu pico a 11 de Dezembro.
Recorde-se que este escândalo de espionagem já levou a maioria dos eurodeputados a propor à Comissão Europeia que se suspenda o programa de troca de dados bancários de cidadãos europeus com os EUA como forma de pressão, até serem obtidas explicações. A Casa Branca tem recusado comentar oficialmente as alegações de espionagem ilegal a aliados.
Uma semana depois de o governo alemão ter obtido provas de que o telemóvel de Angela Merkel foi espiado pelo aliado americano, o executivo de Mariano Rajoy exigiu ontem que os Estados Unidos forneçam detalhes da espionagem a cidadãos espanhóis, com o ministro dos Assuntos Europeus, Inigo Méndez de Vigo, a convocar o embaixador dos EUA em Madrid para exigir esclarecimentos. Questionado por Vigo sobre as práticas "inapropriadas e inaceitáveis", o representante diplomático dos EUA prometeu esclarecer quaisquer "dúvidas" quanto à alegada espionagem.
Espanha junta-se assim ao Brasil, à Alemanha, a França e a Itália, países cujos líderes já exigiram explicações públicas sobre as revelações do ex-consultor da NSA Edward Snowden.
Ontem, representantes da Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu falaram com membros do Congresso dos EUA sobre a espionagem a cidadãos e líderes europeus.
"Queríamos transmitir-lhes, em primeiro lugar, que a vigilância em massa de cidadãos da União Europeia é uma preocupação genuína", disse à BBC Claude Moraes, eurodeputado britânico que integrou a delegação. "Penso que nos ouviram e que querem dialogar." Ainda assim, Moraes diz que ele e os seus colegas não ficaram satisfeitos com as "respostas-tipo" que lhes foram dadas. "Estavam a responder-nos, mas não a dar--nos as respostas que queríamos. Estamos a ficar cansados desta conversa de que 'a espionagem sempre existiu'", acrescentou.
De acordo com fontes do governo alemão, Merkel também já enviou agentes das secretas para Washington a fim de obterem explicações sobre o facto de os seus telefones terem sido espiados durante uma década pelas agências de segurança norte- -americanas. Isto depois de os media alemães terem garantido que a vigilância aos telemóveis da chanceler só parou há meses.
A última alegação com base em documentos obtidos e divulgados por Snowden - neste momento a viver na Rússia, onde lhe foi concedido asilo por um ano depois de ter sido formalmente acusado de espionagem e traição à pátria no seu país - foi feita ontem pelo "El Mundo".
Segundo o diário espanhol, a NSA rastreou dezenas de milhões de chamadas, SMS e emails de cidadãos espanhóis entre Dezembro de 2012 e Janeiro de 2013. A monitorização, segundo dados fornecidos ao jornal, teve o seu pico a 11 de Dezembro.
Recorde-se que este escândalo de espionagem já levou a maioria dos eurodeputados a propor à Comissão Europeia que se suspenda o programa de troca de dados bancários de cidadãos europeus com os EUA como forma de pressão, até serem obtidas explicações. A Casa Branca tem recusado comentar oficialmente as alegações de espionagem ilegal a aliados.
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