Espanha: a crise derruba o quinto governo na Europa
AP e Reuters
Deram uma coça histórica no PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que dava as cartas há dois mandatos.
Foi alçado ao poder o direitista PP (Partido Popular), que passa a controlar 186 das 350 cadeiras do Parlamento espanhol.
Em tese, Alfredo Pérez Rubalcaba, o candidato a premiê apresentado pelo PSOE, perdeu para Mariano Rajoy, o antagonista do PP.
Na verdade, Rubalcaba foi derrotado pela crise, não por Rajoy. O enrosco econômico produziu na Espanha a quinta derrocada de um governo na zona do euro.
Antes, o poder já havia trocado de mãos, pelo voto, em Portugal e na Irlanda. E, por renúncia dos primeiros-ministros, na Grécia e na Itália.
Em teoria, Rubalcaba, o novo premiê espanhol, ganhou dos eleitores a prerrogativa de governar a Espanha. Em realidade, tornou-se gestor de uma economia em ruínas.
"O que vem por diante é muito difícil, porque essa gente [os socialistas] nos deixou duros", avisou o gerente de crise Rubalcaba.
Em sua primeira mensagem aos eleitores, ele advertiu que não devem esperar por milagre. "Tirar a Espanha da crise não vai sair grátis", disse.
No cenário onírico que costuma rodear as urnas, os espanhóis puniram os socialistas do PSOE por terem passado benefícios sociais na lâmina a pretexto de deter a crise.
No mundo real do cotidiano admistrativo, os eleitores entregaram o baralho a uma legenda conservadora que deve aprofundar os sacrifícios sociais.
O primeiro desafio de Rubalcaba, que assume no mês que vem, sera o de convencer os mercados de que a Espanha é um país solvente.
Hoje, a percepção geral é a de que, sem ajuda da União Européia e do FMI, a Espanha é um empreendimento condenado à breca.
Escrito por Josias de Souza às 22h08
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