Hoje no governo, o Partido Socialista Trabalhador Espanhol (PSOE), do candidato Alfredo Pérez Rubalcaba, conseguiu a preferência de cerca de 30% dos eleitores que foram às urnas, e deve ter entre 115 e 119 deputados no próximo parlamento, segundo a mesma pesquisa.
Partidos menores ficam com as cadeiras restantes. Ainda segundo a TNS Demoscopia, a coalizão Esquerda Unida (IU) alcança entre nove e 11 deputados. Já o grupo independentista basco Amaiur elege entre seis e sete deputados, o que garantiria sua entrada para o Parlamento espanhol com grupo próprio.
A pesquisa da TVE calcula entre 13 e 15 deputados aos nacionalistas catalães da Convergência e União (CiU), entre quatro e cinco aos nacionalistas bascos do PNV e entre três e quatros para a União Progresso e Democracia (UPyD), de centro.
Pouca presença nas urnas
Um total de 35.779.208 cidadãos estavam habilitados para participar do pleito, mas o comparecimento às urnas foi menor do que o das eleições de 2008.
Os 350 deputados e 208 senadores da décima legislatura comandarão o país durante os próximos quatro anos.
Apuração
A apuração dos votos começou às 20h (17h em Brasília) e o resultado está previsto para sair ainda neste domingo (20).
A eleição é feita com cédulas de papel com os nomes dos candidatos, assim como as eleições brasileiras de anos atrás. Depois de escolher o premiê, senadores e deputados, os eleitores colocam a cédula dentro de um envelope para, então, depositá-lo nas urnas.
No entanto, a contagem dos votos este ano promete ser mais rápida que as anteriores com a ajuda de palmtops – pequenos computadores portáteis – em todos os municípios com mais de 2 mil eleitores (86% do total).
Os presidentes das mesas usarão os aparelhos eletrônicos para enviar a contagem de cada colégio eleitoral. Isso aumenta a rapidez da apuração, já que não será necessário esperar que o representante leve os votos pessoalmente à central de cada região.
Cenário
Com a crise econômica, as imagens do atual presidente do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, e de seu partido, PSOE, se viram fragilizadas. As eleições, que deveriam acontecer em março de 2012,
foram adiantadas para este domingo por Zapatero.
No governo desde 2004, Zapatero é acusado de falta de iniciativa para combater as consequências do problema. Principalmente o desemprego, que afeta hoje 20% da população economicamente ativa, ou seja, quase 5 milhões de espanhóis, superando a média europeia, que está em 9%.
No único debate entre os líderes dos principais partidos, os dois candidatos concordaram que a Espanha deve lutar contra o terrorismo do ETA (grupo terrorista do País Basco) e também em que o país pode sair da crise, mas de modos diferentes.
Mariano Rajoy afirma que não congelará as aposentadorias. Rubalcaba afirma que o adversário planeja abandonar a educação e saúde, forçando assim sua privatização. Ele diz que incentivará as pequenas e médias empresas que fizerem contratações com auxílio de dinheiro público e pedirá à União Europeia que estenda o prazo em dois anos para o pagamento da dívida espanhola.
O PSOE perde votos dos eleitores descrentes do partido depois do estouro da crise. Já o PP, apesar de perder votos por ser conservador e ser firmemente
contra o casamento gay e o aborto, ganha votos dos eleitores que querem mudanças na Espanha, que é governada desde 2004 pelo Partido Socialista (PSOE).
Coadjuvante nessas eleições, o movimento 15-M, dos indignados espanhóis, mostrou em diversas passeatas e atos de protesto que não acredita que nenhum dos dois principais partidos os representa. Os indignados reuniram propostas de governo da população de todo o país que incluem a criação de um novo partido político para se candidatar às eleições.
Histórico políticoAdolfo Suárez foi o primeiro presidente eleito de forma democrática na Espanha após a era Franco (1936-1975). Governou desde o ano de 1977, pelo partido União de Centro Democrático (UCD) de tendência direitista, até 1980, quando Leopoldo Calvo-Sotelo subiu ao poder depois de um golpe de estado que foi desmantelado em 1982.
O PSOE esteve à frente da Espanha desde o fim do golpe até 1995, com Felipe Gonzalez. Em 1996 José María Aznar (PP) ganhou as eleições para presidente, mas sem maioria na câmara dos deputados, precisou fazer alianças com partidos menores para governar.
Em 2004, depois de duros golpes ao partido conservador provocados pela má gestão do caso do ato terrorista que matou 192 pessoas e deixou outras 1847 feridas nos trens de Madri no dia 11 de março, José Luis Rodríguez Zapatero (PSOE) ganhou as eleições e se tornou presidente da Espanha, cargo que ocupa atualmente.